Principais teorias da administração

A administração começou a nascer como corpo independente de conhecimentos na Europa do século XVIII, durante a Revolução Industrial. Naquela época, as primeiras fábricas modernas começaram a colocar em prática diversos conceitos que se tornariam universais nos séculos seguintes. Um desses conceitos era a divisão do trabalho. No livro "A riqueza das nações", de 1776, Adam Smith evidenciou as vantagens do princípio da divisão do trabalho. Ele acentuou que operários especializados poderiam ser mais eficiente, fabricando quantidade muito maior de alfinetes do que cada um tivesse que fabricar o alfinete completo.
Não foram as fábricas do século XVIII nem Adam Smith que inventou a divisão do trabalho. No entanto, a Revolução Industrial teve papel marcante na disseminação dessa prática. A partir do início do século XX, a organização eficiente do trabalho nas empresas tornou-se a base do desenvolvimento de teoria e da prática da administração. Muitas pessoas e grupos participaram desse processo. Eram pesquisadores e estudiosos, como Frederick Taylor, industriais como Henry Ford; executivos, como Henry Fayol; cientistas como Max Weber.
No início do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da Administração.

1) Frederick Winslow Taylor (americano), desenvolveu a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar e eficiência da industria por meio da racionalização do trabalho do operário.

2) Henry Fayol (europeu), desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e pela aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas.

Taylor e a Administração Científica

Abordagem básica da Escola da Administração Científica é a ênfase colocada nas tarefas.
A Escola da Administração Científica foi iniciada no inicio do deste século pelo engenheiro americano chamado Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna Teoria Geral da Administração.

A preocupação original de Taylor foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas industrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.

A Administração Científica de Taylor teve dois períodos:

• O primeiro período de Taylor corresponde a publicação de seu livro Shop Management ( Administração de Oficinas ). O livro relata técnicas sobre racionalização do trabalho do operário por meios do estudo dos Tempos e Movimento ( Motion-time study ).

• O segundo período de Taylor corresponde a outro livro, o mais comentado entre os autores, o livro Princípios de Administração Científica. Neste livro Taylor concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada de uma estruturação geral da Empresa e que tornasse coerente a aplicação de seus princípios. Desenvolveu seus estudos sobre a Administração Geral, a qual denominou Administração Científica, sem deixar sua preocupação a tarefa dos operários.

Taylor e a Organização Racional do Trabalho (ORT)

O que seria uma organização racional do trabalho ?
Antes de respondermos, vamos fazer uma brincadeira:
Quando você entra em um novo emprego, como é explicado o seu novo serviço ?
Por acaso você fica observando o processo de uma outra pessoa ?

Bem, Taylor, na época, observou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros de trabalho situados ao lado. Notou que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas em cada operação, visto que, cada pessoa tem o seu perfil e sua maneira de realizar determinado processo quando não treinado para o mesmo.

Se analisarmos todo o processo, descobriremos que há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, esses métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por uma maneira científica, em vez de utilizar critérios pessoa de cada operário.

Esta tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT).

Taylor achava que o operário não tinha capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente seu trabalho e estabelecer racionalmente o método ou processo mais eficiente. Geralmente o supervisor deixava ao critério de cada operário a escolha do método de execução de seu trabalho, para encorajar a sua iniciativa.

Com a Administração Científica ocorre uma repartição de responsabilidade:

• A administração (gerência) fica com o planejamento, ou seja, estudo do trabalho do operário e o estabelecimento do método do trabalho).
• A Supervisão responsável pela assistência contínua ao trabalhador durante a produção, isto é, enquanto o trabalhador fica somente com a execução do trabalho.

A Organização Racional do Trabalho (ORT) se fundamenta:

• Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos,
• Estudo da fadiga humana,
• Divisão do trabalho e especialização do operário,
• Desenho de cargos e de tarefas,
• Incentivos salariais e prêmios de produção,
• Conceito de homo economicus
• Condições ambientais de trabalho, com iluminação, conforto etc,
• Padronização de métodos e de máquinas,
• Supervisão Funcional.

Henry Ford e a Linha de Montagem

Henry Ford ( 1863-1947 ) fundador em 1903 da empresa Ford Motor, iniciou sua vida como mecânico projetando um modelo de automóvel em 1899. Sem dúvida, Ford é o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, revolucionando e inovando a estratégia comercial do século XX. Ford não inventou o automóvel nem mesmo a linha de montagem, porem inovou na organização do trabalho. A produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível era a inovação de Ford.

A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem, que permite a produção em série. Na produção em série ou em massa, o produto é padronizado, bem como o maquinário, material, mão-de-obra e o desenho também, o que proporciona um custo mínimo. Daí a produção de grandes quantidades, cuja condição é a capacidade de consumo em massa. A condição chave da produção em massa é a simplicidade através de 3 aspectos:

1. A progressão do produto através do processo produtivo é planejado, ordenada e contínua.
2. O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-lo.
3. As operações são analisadas em seus elementos constituintes.

Os três princípios de Ford:

1. Princípio da Intensificação: Diminuir o tempo de duração com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado.

2. Princípio de Economicidade: Consiste em reduzir o mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago a empresa antes do vencido prazo de pagamento da matéria-prima adquirida e dos salários. A velocidade de produção deve ser rápida: "o minério sai da mina no sábado e é entregue sob a forma de um carro, ao consumidor, na terça-feira, á tarde".

3. Princípio de produtividade: Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período ( produtividade ) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção, conseqüentemente maior ganho também.

Fayol e a Teoria Clássica da Administração (Processo Administrativo)

O fundador da Teoria Clássica da Administração foi Henry Fayol (1841-1925), nasceu em Constantinopla e morreu em Paris, vivendo as conseqüências da Revolulção Industrial e, mais tarde, a primeira guerra mundial. Formou-se em engenharia de minas e entrou para uma empresa de metalúrgica e carbonífera onde fez sua carreira empresarial.

A Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Igual a Administração Científica, a Teoria Clássica buscava a eficiência das organizações, porem ao contrário de Taylor, a Teoria Clássica partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções, departamentos) ou pessoas (ocupantes de cargos e executores de tarefas). A microabordagem no nível individual de cada operário com relação a tarefa é enormemente ampliada no nível da organização como um todo em relação a sua estrutura organizacional.

As Funções Básicas da Empresa segundo Fayol

Para Fayol a empresa apresenta seis funções:

1. Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa.
2. Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação.
3. Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais.
4. Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas.
5. Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatística.
6. Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

Nenhuma das cinco funções essenciais precedentes tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Somente as Funções administrativas possuem as funções de administração.

Hoje se avaliarmos, verificaremos que as funções básicas da empresa ditas por Fayol estão ultrapassadas, visto que, recebem o nome de áreas da administração:

• Funções administrativas recebem o nome de área de administração geral,
• Funções técnicas recebem o nome de área de produção, manufatura ou operações,
• Funções comerciais recebem o nome de área de vendas/marketing,
• Funções de segurança passaram para um nível mais baixo,
• Surgimento da área de Recursos Humanos ou gestão de pessoas.

Fayol define o ato de administrar como (as funções do administrador):

• Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
• Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa.
• Comandar: Dirigir e orientar o pessoal.
• Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.
• Controlar: Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

Estes elementos da administração são o que constituem o processo administrativo, ou seja, são localizáveis no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe, como o supervisor, cada qual em seu respectivo nível, desempenham atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais.

À título de informação, abaixo estão os quatorze princípios gerais da Administração, segundo Fayol.

Os quatorze princípios Gerais da Administração segundo Fayol são:

1. Divisão do Trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.
2. Autoridade e Responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
4. Unidade de Comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
5. Unidade de Direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.
7. Remuneração do Pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
8. Centralização: Refere-se a concentração de autoridade no topo da hierarquia da organização.
9. Cadeia Escolar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando.
10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
12. Estabilidade do Pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa.
13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.
14. Espírito de Equipe: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização.



Introdução a Teoria Geral da Administração
Autor: Idalberto Chiavenato - 6 Edição
Editora: Campus

Introdução à Administração
Autor: Antonio Cesar Amaru Maximiano
Editora: Atlas

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